Wednesday, September 03, 2014

samba cancao, sem cedilha nem til

auto exílio
fuga e passos atropelados
margem
beiradas, quinas de mundo
caminhar como se nao houvesse e
assim
já nao há.
esse samba triste
nao se canta aqui,
aquele outro,
um pouco mais alegre,
tampouco.
o porteiro me sorri
e pergunta se falo espanhol.
creio que falo.
creio que tudo isso
que sai de minha boca
(ainda)
sao palavras.
sigo tateando
a cor das noites
de minha cidade
no teu corpo.
meus gatos
meus livros
meu trago
meu fim de dia
sem horizonte
nas linhas de expressao
do teu rosto.
traco as linhas do meu destino
na palma da tua mao
e me perco
de novo
e de novo
que esse papo todo
de amor,
de saudade,
de samba
nao se canta por aqui.