Wednesday, June 04, 2008

Gosto tanto. Uma pena ter dado errado. Me diz que não consegue ser de outro modo que não este, ou aquele, há uns meses atrás. Quiçá mudará nos entornos e declives e topará com outro modo, que não esse nem este - alguma catástrofe entre brindes em taças de cristal se sucederá. Me diz que precisa gostar menos das pessoas pra saber usar da retórica, algo como um duelo de gigantes numa cama de casal - confronto, afronte - desconfortável - eu disse - não é pra ser assim.
Me dá um beijo tímido no elevador, depois de um esboço de sorriso meu, porque eu ria e ria sempre, sem motivo, só relembrando os causos. Sorria também pra aliviar a clautrofobia do cubículo que eleva-nos sem janelas; senão a uma espiritualidade em potencial, ao menos no próximo andar, desço! Sorria pra mover os músculos e lembrar-me da existência de todos eles, cada qual com seu papel. Sorria de e por tudo, menos daquelas mini explosões coloridas que se tem vez em quando por dentro, assim, como se tudo fosse uma grande bolha prestes a explodir, sem muita dimensão.
Te digo que não consigo ser de outro modo. Sou sim, areal, branco, limpo, liso; - muito pouco daquele bar, colado à minha casa onde você, no calor da euforia, mentiu pra embelezar e se perdeu na beleza das palavras - eu endureci, não vê? Sabe aquela mania que eu tinha de ficar te encarando na pupila até você acabar de dizer tudo? Não vê que agora eu fujo de soslaio procurando perder meu olhar num ponto fixo qualquer só pra ter pra onde olhar?

Não é tu, não. Fui eu. Que não consigo ser mais de outro modo que não este.